Oh, abismo escuro,
Que me sufoca e me traga!
Labirinto de paredes que se fecham,
Penhasco infinito que desaba.
Oh, deuses!
De templos abandonados.
Oceanos de lágrimas jorradas,
Por soldados amargurados e vencidos
Que travaram a última batalha.
Ó, caminho sem fim.
Ó, estrada de vento e poeira;
Deserto amarelo
Sem sol,
Sem camelo,
Sem poço,
Sem água.
Pegadas que o tempo não apaga,
Registro de tristes caminheiros,
Que seguiram sozinhos,
E amargurados morreram
Ardor que me alimenta,
Que me corroi,
Que me arrebenta...
Feito chamas,
Que de minhas entranhas se saciam.
Lamento que rouba o silêncio...
Perdido na floresta.
Noite de lua,
De lobos e poetas.
Oh, exílio!
Que de abandono
Vai matando-me aos poucos,
Fortaleza de cristal que me cerca,
Torre sem farol,
Escadaria de lodo.
Quanto amargor!
Quanto tempo terei que suportar?
Oh, tempo que se fez
E que me fez,
Me tira desta vida de uma vez!
Ou extermina para sempre
Este penar.
Hélio Góis de Souza
domingo, 5 de julho de 2009
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