segunda-feira, 26 de abril de 2010

Atenção conteúdo dos slides - Gêneros literários.

LITERATU BRASILEIRA


Professor: Hélio Góis de Souza

GÊNEROS LITERÁRIOS
O QUE É LITERATURA?

A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA

Quanto à forma, o texto pode apresentar-se em prosa ou verso. Quanto ao conteúdo, estrutura, e segundo os clássicos, conforme a "maneira de imitação", podemos enquadrar as obras literárias em três gêneros:

LÍRICO – Todo texto escrito em versos
PROSA – Todo texto “narrativo” escrito em forma de parágrafo.

O QUE SÃO GÊNEROS?

CONJUNTO DE CARACTERÍSTICAS QUE SERVEM PARA QUALIFICAR UMA OBRA LITERÁRIA

GÊNERO

LÍRICO
DRAMÁTICO
ÉPICO ou NARRATIVO

Lírico: quando um "eu" nos passa uma emoção, um estado; centra-se no mundo interior do Poeta apresentando forte carga subjetiva. A subjetividade surge, assim, como característica marcante do lírico. O Poeta posiciona-se em face dos "mistérios da vida". A lírica já foi definida como a expressão da "primeira pessoa do singular do tempo presente".

Os tipos de poemas líricos mais comuns são:

Ode ou Hino
Elegia
Idílio ou Écloga

Ode ou Hino
Poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à Pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O Hino é uma Ode com acompanhamento musical;

Elegia
Poema lírico em que o emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É todo poema melancólico;

Idílio ou Écloga
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à Natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada

Alguns autores consideram modalidades líricas

o ACALANTO: ou canção de ninar;
- o ACRÓSTICO: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase;
- a BALADA: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança;
- a BARCAROLA: é o canto dos gondoleiros italianos; consiste num lamento com o mar, acusando sempre referência a caminhos por água (= cantigas de amigo = elegia);
- a CANÇÃO: poema oral com acompanhamento musical (= CANTIGA);
- a CANTATA: pequena ópera, gira sempre em torno de uma ação solene ou galante (sensual);
- o CANTO REAL: tipo de balada de forma fixa, composta por 5 estrofes com 11 versos e uma estrofe com cinco versos. Comum no Parnasianismo;
- o DITIRAMBO: canto em louvor a Baco que deu origem à tragédia;
- o GAZAL ou GAZEL: poesia amorosa dos persas e árabes; odes do Oriente Médio;
- o HAICAI: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). É o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1o. verso=5 sílabas; 2O. verso = 7 sílabas; 3O. verso 5 sílabas;
- a LIRA= idílio;
- o MADRIGAL: idílio amoroso que consiste num galanteio que o eu-lírico faz a uma pastora(sua amante);
- o NOTURNO: elegia, poema melancólico em que o símbolo da tristeza é a noite;
- a PARLENDA: composição ritmada destinada a certos jogos infantis (cadê o gato? Foi atrás do rato/ Cadê o rato ? Foi atrás da aranha...)
- o RONDÓ: é o poema lírico que tem o mesmo estribilho se repetindo por todo o texto;
- a TROVA: é o mesmo que cantiga ou canção;
- o VILANCETE: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.

Ode (ou elegia?) a um quase calvo

Ontem hoje
E amanhã
O homem o cabelo parte
Parte o cabelo com arte
Até que o cabelo parte.

FERNANDES, Millôr. Papáverum Millôr, Rio de Janeiro: Nórdica, 1974. p. 20.


A tradição poética em língua portuguesa criou nomes especiais para os versos de medida fixa, ou versos regulares, mai usados. Veja no quadro a seguir:

Número de sílabas poéticas
01 - monossílabo
02 - dissílabo
03- trissílabo
04- tetrassílabo
05- Pentassílabo ou redondiha menor
06- hexassílabo
07- heptassílabo ou redondilha maior
08- octassílabo
09- eneassílabo
10- decassílabo
11- hendecassílabo ou de arte maior
12- dodecassílabo ou alexandrino

Canção
Respiro teu nome
Que brisa tão pura
Súbito circula
No um eu coração
Respiro o teu nome.
Repentinamente
De mim se desprende
A voz da canção
Respiro teu nome
Que nome? Procuro...
- Ah! Teu nome é tudo.
E é tudo ilusão.
Respiro teu nome.
Sorte. Vida. Tempo.
Meu contentamento
É límpido e vão.
Respiro teu nome.
Mas teu nome passa.
Alto é o sonho. Rasa,
Minha breve mão.

Cecília Meireles.


Soneto de quarta-feira de cinzas
Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Poe seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada
Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada
Porque te vi nascer, de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura
Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura
gramaticais
Por / se/ res/ quem/ me/ fos/ te,/ gra/ ve/ e/ pu/ ra/

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Poéticas
Por/ se/ res/ quem/ me/ fos/ te,/ gra/ ve e/ pu/ ra/
1      2     3      4       5     6    7     8     9     10   anula
Soneto de quarta-feira de cinzas
Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Poe seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada
Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada
Porque te vi nascer, de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura
Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.

Esquema de rima
A ,B, A, B;
A, B, A, B;
C, B, A;
C, B, A.

ÉPICO OU NARRATIVO

GENERO NARRATIVO
 ROMANCE
 NOVELA
 CONTO
 CONTO DE FADAS
 FÁBULA
 APÓLOGO
 CRÔNICA
 EPOPÉIA

Texto -1

Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No dias seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o vôo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos.

Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de couro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante.

O engraxate era gordo e estava com calor – o que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis. [...]

CONY, Carlos Heitor. O suor e a lágrima. In: NESTROVSKI, Arthur (org.) figuras do Brasil – 80

Texto - 2

"Subamos os degraus, que conduzem ao alpendre, todo engrinaldado de viçosos festões e lindas flores, que serve de vestíbulo ao edifício. Entremos sem cerimônia. Logo à direita do corredor encontramos aberta uma larga porta, que dá entrada à sala de recepção, vasta e luxuosamente mobiliada. Acha-se ali sozinha e sentada ao piano uma bela e nobre figura de moça. As linhas do perfil desenham-se distintamente entre o ébano da caixa do piano, e as bastas madeixas ainda mais negras do que ele. São tão puras e suaves essas linhas, que fascinam os olhos, enlevam a mente, e paralisam toda análise. A tez é como o marfim do teclado, alva que não deslumbra, embaçada por uma nuança delicada, que não sabereis dizer se é leve palidez ou cor-de-rosa desmaiada. O colo donoso e do mais puro lavor sustenta com graça inefável o busto maravilhoso. Os cabelos soltos e fortemente ondulados se despenham caracolando pelos ombros em espessos e luzidios rolos, e como franjas negras escondiam quase completamente o dorso da cadeira, a que se achava recostada. Na fronte calma e lisa como mármore polido, a luz do ocaso esbatia um róseo e suave reflexo; di-la-íeis misteriosa lâmpada de alabastro guardando no seio diáfano o fogo celeste da inspiração. Tinha a face voltada para as janelas, e o olhar vago pairava-lhe pelo espaço.”


 Texto – 3 Deus sabe o que faz – Luis Vilela

 Deus sabe o que faz e por isso a criança nasceu cega, mas Deus sabe o que faz e ela cresceu forte e sadia, não teve coqueluche nem bronquite como os outros filhos -o mais velho, aos vinte e pouco anos já vivia na pinga, cometeu um crime e foi parar na cadeia; a menina cresceu, virou moça, casou, traiu o marido, separou, virou prostituta; o cego tinha o ouvido bom e aprendeu a tocar violão e aos quinze anos já tocava violão como ninguém, um verdadeiro artista, porque Deus sabe o que faz e para tudo nesse mundo há uma compensação, e assim enquanto o irmão estava na cadeia e a irmã no bordel, o cego foi ganhando nome e dinheiro com seu violão e seu ouvido, que era melhor do que o ouvido de qualquer pessoa normal, e os pais, que eram pobres e às vezes não tinham nem o que comer, tinham agora dinheiro bastante para se darem ao luxo de comprar um rádio, onde escutaram transmitido da cidade vizinha o programa do Mozart do violão, como o batizara o chefe da banda de música local que, tão logo conheceu o rapaz, tornou-se seu empresário, deixando a banda para revelar aos quatro cantos do mundo o maior gênio do violão de todos os tempos,

 até que um dia sumiu para os quatro cantos do mundo com o dinheiro das apresentações, mas Deus sabe o que faz, e se o empresário fugiu, uma linda moça se apaixonou pelo rapaz e prometeu fazer a felicidade dele para o resto da vida, e assim, enquanto os dois, casados e morando numa modesta casinha, viviam felizes, a irmã, que era perfeita e bonita, envelhecia prematuramente no bordel e o irmão, que era perfeito e bonitão, saíra da cadeia, não achara emprego e vivia ao léu, até que conheceu a mulher do cego e se apaixonou loucamente por ela; o cego tocava na maior altura para não ouvir os beijos dos dois na sala -até que as cordas rebentaram, até que ele rebentou o ouvido com um tiro.

TEXTO – 4

 SÍLVIA É... O que é que a gente vai fazer?

 LÚCIO É um problema mesmo... Só que estou atrasadíssimo, depois você me liga para dizer como é

 que resolveu por hoje.

 SÍLVIA Espera aí, Lúcio. Acho que você não entendeu ainda. A saída da Dulce é um problema nosso

 e não apenas meu.

 LÚCIO Mas foi você que despediu a moça, você causou o problema, agora resolva você, ora.

 SÍLVIA Ela extrapolou todos os limites, poderia ter sido com você, é como se ela tivesse... pedido

 demissão. É um problema da nossa casa, a ser resolvido, portanto, conjuntamente.

 LÚCIO Só que eu tenho a entrevista com os americanos às dez e meia e estou atrasado.

 SÍLVIA Mas eu também tenho uma entrevista às dez e meia...

 LÚCIO Ah, você não vai querer me comparar agora essa sua entrevista com o meu trabalho, vai?

respostas

Texto. 1 – Crônica

Texto. 2 – Romance

Texto. 3 – Conto

Texto. 4 – Dramático



 Crônica – Narrativa curta, limita-se a narrar, registrar ou comentar um incidente – em geral fatos comuns, assuntos relativos a vida cotidiana, aspectos políticos, esportivos ou de ter artísticos. A crônica não tem uma estrutura determinada, é redigida de forma livre e pessoal.


 Romance – apresenta uma narrativa longa, geralmente estruturada em capítulos. Narra um fato imaginário , mas verossímil, que representa quaisquer aspectos da vida familiar e social do homem. Comparado a novela, o romance apresenta um corte mais amplo da vida.

Conto – Caracteriza-se como uma narrativa curta ( varia de uma única página a cerca de 20 páginas) que se desenvolve em torno de um só conflito e apresenta poucos personagens.
 CONTO S DE FADAS

 FÁBULA

 APÓLOGO
 Dramático – DRAMA em grego, significa Ação. Ao gênero dramático pertencem os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados.

 Comédia

 Tragédia

 tragicomédia

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